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Fórum Mundial Geoespacial 2024

El Fórum Mundial Geoespacial 2024, acontecerá de 16 a 16 de maio em Rotterdam. Reúne especialistas, profissionais e entusiastas da área de geoinformação, análise espacial e geotecnologias. É dia 15. edição deste Fórum, que pela sua história se tornou um dos eventos mais importantes do setor geoespacial, com a participação de mais de 1500 delegados, 700 organizações, 70 países e mais.

Poderíamos dizer que é um ponto de encontro de líderes e representantes envolvidos nos processos de planejamento, captação, gestão de dados e tomada de decisão. No caso da edição de 2023, foram estabelecidos 6 princípios:

  • Promova conhecimento e conscientização
  • Fornecer liderança inovadora
  • Acelere o desenvolvimento de negócios
  • Facilite o networking e a socialização
  • Conduzir a promoção de políticas públicas
  • Liderar parcerias e colaborações

As áreas abordadas principalmente durante este evento foram 5: Observação geoespacial/terrestre e provedores de conteúdo com 30%, Integração de sistemas e provedores de serviços com 25%, Fornecedores de software e plataformas com 18%, fornecedores de equipamentos e hardware 15% e outros setores como como governo e associações 12%.

Os blocos de eventos

O evento foi dividido em 5 blocos que por sua vez contêm áreas específicas de conhecimento ou discussão –e pode ser visto aqui no programa-, tudo detalhado abaixo.

1. DADOS E ECONOMIA

Terrenos e Propriedade

Neste bloco falamos sobre tecnologias emergentes que permitem a economia da terra, conhecimento geoespacial apropriado para a administração da terra, monitoramento terrestre com tecnologias de observação da terra, sistemas de monitoramento geográfico para emissões de CO2 e mudanças climáticas, usos da terra e adoção de tecnologias e tendências emergentes no economia da terra.

O principal objetivo deste bloco é “a terra”, sendo esta a chave para a sobrevivência humana, um pilar da economia e do clima. Assumir o desafio de proteger a terra é essencial para todos os seres humanos, e não só o governo, mas também as empresas privadas e os cidadãos estão envolvidos neste propósito. A utilização de tecnologias para regular a propriedade da terra é um dos passos mais importantes que os países devem tomar, começando pela digitalização, que lhes permite identificar as suas localizações e potencialidades.

Dispondo de informação completa, acessível e interoperável, os recursos são geridos de forma mais eficiente, promovendo a formalização da propriedade individual da terra através de metodologias como o cadastro e integrando-os com tecnologias disruptivas como a inteligência artificial, os gémeos digitais ou a internet das coisas. Participaram representantes de todo o mundo, como Colômbia, Arábia Saudita, Omã, Suécia, França, Reino Unido, Bélgica, Espanha, Itália, Japão, Malásia e Estados Unidos.

Espaço e Cadeia de Valor Espacial

Relativamente ao espaço e aos setores espaciais, defendeu-se como são importantes para o futuro da espécie humana, contribuindo para o desenvolvimento, para a economia e para a determinação/gestão de desafios a nível global. A indústria de satélites é mais do que um conjunto de satélites de posicionamento ou de observação da Terra, é um conglomerado de tecnologias de informação essenciais para compreender o espaço da Terra a partir de outra perspectiva.

A indústria geoespacial oferece infraestrutura de dados espaciais, serviços de valor agregado, análises e informações úteis para diversos setores e sociedades. Estas duas indústrias complementam-se e potencializam-se, criando grande valor social, ambiental e económico. Com o avanço de tecnologias como New Space, AI/ML e a miniaturização de sensores, abrem-se novas possibilidades para a integração de capacidades espaciais em serviços espaciais, oferecendo soluções inovadoras e eficazes.

Estes principais aspectos foram discutidos num simpósio de dois dias, onde temas como: espaço integrado e cadeia de valor espacial, Observação da Terra: missões, estratégias e programas nacionais, novo espaço e comercialização, dados espaciais: plataformas, produtos e aplicações e o novas gerações de Observação da Terra.

Estiveram envolvidos operadores de satélite, agências espaciais nacionais, fornecedores de serviços GNSS, startups espaciais, consultores, instituições de investigação e utilizadores finais.

Cúpula de Infraestrutura de Conhecimento Geoespacial

Nesta cimeira o tema principal foi “Infraestrutura estratégica para o futuro ecossistema geoespacial”, foi uma cimeira de dois dias onde estiveram envolvidas várias partes com interesse no futuro do ecossistema geoespacial. E para obter conhecimento geoespacial mais avançado, é necessária colaboração e participação entre as indústrias geoespacial, digital e de utilizadores. As agências geoespaciais nacionais devem redefinir os seus papéis e responsabilidades e coordenar-se com outras partes interessadas para criar estratégias geoespaciais e digitais integradas.

Geologia e Mineração

Os participantes concentraram-se em explicar como a cartografia geológica permite mandatos de desenvolvimento sustentável, com base em 3 objetivos:

  • Identificar e definir os mandatos e responsabilidades em evolução das organizações de pesquisa geológica, adotando princípios de desenvolvimento sustentável.
  • Definir a importância da adoção de tecnologia geoespacial e de limites no mapeamento e modelagem geológica para enfrentar os desafios e requisitos em evolução.
  • Desenvolver modelos inovadores de negócios e colaboração para melhorar a produção e o acesso ao conhecimento geológico.

Os tópicos discutidos foram: a mudança de paradigma no desenvolvimento de recursos, a transição da identificação de problemas para a busca de soluções, avaliação de recursos e monitoramento de sistemas terrestres, a transição do mapeamento e modelagem 3D para 4D e muito mais.

Hidrografia

Como é que o ordenamento do espaço marítimo ajuda os países a utilizar melhor o espaço e os recursos, criando múltiplos benefícios? Foi uma das questões discutidas neste simpósio de 1 dia, identificando que para isso são necessárias geoinformação marinha, mapeamento dos fundos marinhos e topografia costeira, que mostrem as relações entre fenômenos físicos, químicos e biológicos que influenciam as decisões.

O simpósio destacou o papel dos dados marinhos na abordagem de necessidades concorrentes, destacando as necessidades de dados de mapeamento marítimo e oceânico e analisando as atividades, inovações e desafios que surgem quando os dados geoespaciais para estas áreas não estão disponíveis.

2. ABORDAGEM DO USUÁRIO

Geo4sdg: Relevância para a Era Digital

Para este tema foi discutida a importância da informação geoespacial em qualquer área da atividade humana. Os objetivos foram discutir o uso da geoinformação para acelerar a Agenda 2030, definir uma plataforma onde o conhecimento sobre novas tecnologias possa ser compartilhado e permitir a colaboração entre agências governamentais e outros setores na contribuição de dados geoespaciais.

Inteligência de localização + Fintech remodelando Bfsi

Quando falamos de bancos e Fintech, pensamos que eles não têm relação com dados geoespaciais. E sim, a banca gera dados de localização regularmente, por isso é essencial compreender como esses dados podem ser utilizados e promover a acessibilidade aos serviços financeiros.

Alguns dos temas apresentados estiveram relacionados com a monetização de dados, o metaverso nos serviços financeiros, finanças sustentáveis, mitigação e seguros de riscos climáticos, e a criação de produtos financeiros de alto impacto utilizando dados de localização.

Varejo e Comércio

Neste caso, sabemos que é necessário que qualquer empresa retalhista responda a várias questões básicas que lhe permitam compreender melhor como funciona o mercado. E isso, por sua vez, permite que tenham eficiência operacional, experiências fluidas e atração de clientes. Os principais tópicos foram: Mobile Location Analytics revolucionando o setor de varejo, convergência de dados de localização e personalização de marketing baseada em dados, clientes na era Phygital e inteligência de localização e entrega hiperlocal.

3. ABORDAGEM TECNOLÓGICA

Neste bloco, foi discutido o potencial das tecnologias LIDAR, AI/ML, SAR, HD Mapping e Ar/Vr, bem como Posicionamento, Navegação e Timing (PNT). Quem já trabalhou com dados geoespaciais sabe da imensa importância desse conjunto de tecnologias. Sendo estes a pedra angular para a descrição do espaço e tomada de decisão. Agora está incluída a Inteligência Artificial, integrando-se para processar e visualizar dados de diversas naturezas em questão de segundos, facilitando o trabalho dos analistas, melhorando o acesso e a compreensão dos dados geoespaciais.

4. SESSÕES ESPECIAIS

Diversidade, equidade, inclusão (dei)

Foi uma iniciativa do evento destacar as iniciativas que existem atualmente e que criam as bases de uma indústria geoespacial diversificada, equitativa e inclusiva. Incluiu eventos como um evento de networking para mulheres no setor geoespacial, painéis de mentoria e 50 personalidades em ascensão.

5. OUTROS PROGRAMAS

Como de costume, foram acrescentados outros programas para a participação dos participantes, tais como: programas de treinamento, programas de associação, reuniões a portas fechadas e mesas redondas.

O objectivo do fórum foi partilhar experiências, conhecimentos e dar como certa a importância do uso e valor da informação geográfica em diversas áreas como gestão ambiental, desenvolvimento urbano, segurança, saúde, educação e finanças, inovação social. Os palestrantes alto nível, com quem também houve a oportunidade de fazer networking e trocar ideias para gerar oportunidades de colaboração entre esses atores do ecossistema geoespacial.

O Fórum Geoespacial 2023 foi uma experiência enriquecedora e inspiradora que demonstrou o potencial e o impacto da informação geográfica e das tecnologias geoespaciais em diversas áreas. O fórum foi também uma oportunidade para conhecer as últimas novidades, tendências e inovações do setor geoespacial, bem como estabelecer contactos e alianças com outros profissionais e organizações interessadas no tema. Neste link Você poderá acessar as sessões plenárias caso não tenha comparecido pessoalmente.

O próximo Fórum Mundial Geoespacial Acontecerá de 13 a 16 de maio de 2024 em Rotterdam. Lá você poderá ter acesso a informações de qualidade, troca de conhecimento, ter informações em primeira mão sobre novas tecnologias, programas especiais e networking com representantes das mais destacadas empresas. Pode apresente seu trabalho como palestrante até 15 de outubro de 2023 e logado  como assistente web.

Golgi Álvarez

Escritor, pesquisador, especialista em Modelos de Gestão Territorial. Participou da conceituação e implementação de modelos como: Sistema Nacional de Administração de Propriedades SINAP em Honduras, Modelo de Gestão de Municípios Conjuntos em Honduras, Modelo Integrado de Gestão de Cadastro - Cadastro na Nicarágua, Sistema de Administração do Território SAT na Colômbia . Editor do blog de conhecimento Geofumadas desde 2007 e criador da Academia AulaGEO que inclui mais de 100 cursos sobre temas GIS - CAD - BIM - Digital Twins.

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